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2/08/19 às 8h24 - Atualizado em 17/10/22 às 17h59

Perfil do Procurador: Josué Pinheiro de Mendonça

Josué Pinheiro de Mendonça é natural da Tijuca, Rio de Janeiro. Chegou à Brasília aos dez anos e testemunhou o nascimento da capital. “Eu cresci em meio ao poeirão… vivemos sem água encanada e sem luz elétrica, não tínhamos veículo e havia muita dificuldade de locomoção”, conta.

 

Começou a trabalhar muito cedo. Ainda no Rio de Janeiro, começou a labuta com a mãe e o padrasto na Feira Livre, local no qual pequenos empresários vendem produtos frescos. Já em Brasília, ajudava a mãe com o mercadinho da família, que ficava na Cidade Livre, hoje Núcleo Bandeirante, e depois foi transferido para o Gama.

 

Aos 15 anos já era vendedor pracista viajante, profissão desconhecida para muitos. “Eu saia pelas cidades satélites com grandes livros de preços e produtos oferecidos e com os talões de pedidos. Entrava nos pequenos estabelecimentos, recebia os pedidos, depois ia entregar a mercadoria e prestar contas ao patrão”, relembra.

 

Aos 18 anos já era graduado pela aeronáutica. Foi agente da polícia civil aos 22 anos. Orgulha-se de integrar a primeira turma de agentes de polícia concursados da Polícia Civil. Em seguida, foi aprovado no concurso de Delegado da Polícia Civil. “Eu gostava muito de exercer aquele papel, me sentia extremamente útil e me identifiquei muito com o trabalho”, diz.

 

No entanto, divergências de caráter pessoal o levaram a pedir exoneração do cargo.  “À época a Polícia Civil era subordinada à Secretaria de Segurança. Vivíamos a Ditadura Militar e o Coronel, que era o secretário daquela época, queria eliminar o jogo do bicho em Brasília. Só que ele não conhecia bem o esquema e destacou uma unidade policial para prender, não os bicheiros, e sim apontadores de jogo do bicho…. Eram pessoas socialmente muito vulneráveis, na sua grande maioria velhinhos com dificuldades, que faziam aqueles apontamentos para livrar algum dinheirinho mínimo”, relembra.

 

Àquela época o jogo do bicho não permitia ao Delegado arbitrar fiança ao autuado, sendo imperativo seu recolhimento ao cárcere. Declaradamente intransigente, Josué se recusava a executar as ordens de prisão. “No meu papel de autoridade policial não via como me transformar em agente de perseguição e castigo de indivíduos que, antes de qualquer coisa, estavam necessitando da minha proteção”, enfatiza. A “desobediência” trouxe problemas para Josué. “O Secretário de Segurança Pública instaurou um procedimento contra mim, virou uma perseguição! ”.

 

Numa dessas coincidências do destino, como o próprio Procurador diz, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios lançou concurso para Promotor de Justiça: “Me inscrevi e fui premiado com a aprovação. Saí da Polícia Civil e fui extremamente feliz no MPDFT, foi o trabalho mais gratificante que eu já fiz na minha vida”.

Josué Pinheiro aposentou-se no MPDFT aos 43 anos, após uma vida de trabalho ininterrupto. Mas, apesar da aposentadoria, percebeu que não era hora de parar. Prestou concurso para o Ministério Público do Mato Grosso do Sul, foi aprovado, e atuou por lá durante cinco anos, oportunidade em que foi aprovado no concurso de Procurador Autárquico do DF. Logo após, a função foi fundida em Procurador do DF, e Josué Pinheiro de Mendonça atua na PGDF desde então, e atualmente exerce suas funções na Procuradoria do Contencioso em Execuções e Cumprimento de Sentenças (PROEX).